Andebol – Um jogo de emoções

Ontem, com o habitual zaping, deparei-me com a TVI a transmitir um programa em que a nossa fadista Mariza actuou, certamente apanhei o melhor. Mais uma vez ouvi o tema “Ó gente da minha terra” e mais uma vez me arrepiei, mais uma vez e por muitas vezes que ouça esta música arrepio-me, mas também certamente não serei o único. Uma letra forte, fantasticamente cantada, com emoção q.b. Mas, o que mais me impressionou desta vez foi a plateia, gente ilustre da cultura portuguesa, que já deve ter ouvido esta música ao vivo algumas vezes, num autêntico pranto, ninguém ficou indiferente. Foi emocionante de se ver, imagino o que pensaria a Mariza.
Dito isto, estão vocês a pensar foi agora que ele perdeu o juízo, que este maluco faz no nosso blog de andebol a falar sobre fado. Por muito que seja estranho, tem tudo a ver. Num dos inúmeros comentários no nosso blog, apareceu uma frase de uma atleta “somos uma equipa que em qualquer jogo transmite a emoção e o empenho que um jogo de andebol precisa”, eu como treinador senti-me completamente concretizado, é isso mesmo Carmen. É esse o objectivo, transmitir algo a quem vê, sentir algo para quem joga. Lutar sempre, sempre, mesmo que seja impossível dar a volta ao resultado, sempre que caímos levantamo-nos mais rápido, sempre que nos unimos os resultados aparecem. Sairmos orgulhosos de cada jogo, porque demos tudo o que tínhamos, porque fomos ao nosso limite, porque nos superamos. Desfrutar do que fazemos, festejar golos, rir e chorar, isso é andebol. Porque uma equipa não são 3 nem 4, uma equipa é um plantel, com todos os atletas, com os dirigentes, departamento médico e obviamente o treinador. Quando todos estão em sincronia e todos se esforçam para a obtenção de um mesmo objectivo, não haverá barreiras que nos travem. Quando o espírito de sacrifício superar o cansaço, quando a confiança superar as dificuldades técnicas e tácticas de cada uma, chegaremos longe à semelhança do ano passado. Mas, para isso tudo é preciso mente aberta para absorver a mensagem, porque como vos disse ontem, a equipa tem que ser forçosamente a imagem do treinador, pelo menos para mim que não tenho outra maneira de ver o meu papel de treinador. Treinar bem para jogar melhor. Treinar no limite. E se aceito que digam que a minha equipa tem problemas tácticos ou técnicos (porque isso é uma critica directa ao treinador), nunca vou aceitar que a minha equipa tenha falta de vontade, que seja apática, que não se esforce ao máximo, que não tenha gosto em defender, que seja uma equipa sem garra e que não jogue com o coração…porque isto é um jogo de emoções e porque esta é a MINHA EQUIPA.
No dia em que alguém por muito que jogue, pensar que não é preciso treinar no limite ou pensar que consegue ganhar um jogo sozinho, nesse mesmo dia perdemos esse atleta, a equipa e o jogo. Quando todos se superarem e se unirem, os bons atletas vão chegar a patamares fabulosos e os atletas que tenham dificuldades vão na “onda” e vão se sentir muito mais confiantes e fazer com que a equipa funcione como um todo. É esse o segredo de uma boa equipa. Uma boa equipa nem sempre é aquela que ganha. Uma boa equipa é aquela que depois do jogo tem a consciência tranquila por ter feito tudo para ganhar, ter lutado até ao limite, ter-se superado e a acima de tudo a que saiu do campo com orgulho do que esteve a fazer.
Não tarda nada vai começar o campeonato e só vos peço que trabalhem no limite e que saiam dos treinos e jogos de consciência tranquila e orgulhosas do vosso trabalho. Se isso acontecer todos se vão orgulhar de vocês.
Saúl Alves

3 comentários:

  1. Acho que todos trabalhamos ou devemos trabalho no limite, somos uma equipa com vários objectivos e juntas temos de conseguir ultrapassar até o mais difícil. Falo por experiência própria, tive uma fase muito complicada no andebol, uma lesão grave que me obrigou a parar e isso fez com que engordasse imenso. É claro que o Saúl não me deixava ficar com 73 quilos, tivemos um jantar em que ele perante toda a gente disse-me tudo, desde um “ estás gorda “ a um “ com esse peso não vais a lado nenhum “, custou de ouvir, chorei muito mas também lutei e durante o verão todo fui correr para a praia para emagrecer e comecei a pré-época com 64 quilos. Muita gente provavelmente ia a baixo com tantas ofensas, eu não fui, fiz desses supostos insultos força, e agora é que entendo o quanto foi importante para mim aquelas palavras. São os berros do Saúl, por vezes até as más palavras que me fazem continuar, cada vez ser melhor e dar tudo dentro de campo, é a cara de felicidade do Saúl ao ver-nos evoluir, é cada golo, cada vitória, cada sorriso de uma colega de equipa, cada grito da bancada, cada apoio. Somos um TODO e juntas temos de ser mais fortes do que nunca, temos de estar dispostas a ouvir de tudo mas é isso que nos tem de manter unidas. A época passada em Iniciadas acho que foi muito bom, demos o máximo em cada treino e jogo, espero que este ano estejam dispostas a dar tudo de novo porque não vai ser fácil. Nunca se esqueçam que juntas alcançamos o impossível, nunca desistam! É isto que nós gostamos de fazer, é o andebol a nossa paixão, vamos fazer da nossa paixão a alegria, a confiança, a dedicação e a garra, a força, o orgulho, o esforço, a união, o trabalho, o empenho, a nossa segunda família, a nossa segunda casa.

    Inês Moleiro

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  2. O andebol não pode ser visto como "o tudo" ou "o nada". O andebol é uma modalidade desportiva como tantas outras e devemos tirar dela o melhor que conseguirmos.
    Vejo o nosso andebol como uma excelente oportunidade disso mesmo, de tirarmos o melhor proveito possível que passa fundamentalmente por socializar e sermos felizes, vejo o nosso andebol como a forma de todos juntos crescermos como pessoas, como atletas. Vejo o nosso andebol como uma família, uma família unida em que os problemas não são fomentados, ficam sim na entrada do pavilhão e sempre mas sempre num espirito de somar, numa forma de aglutinar sorrisos a cada treino, a cada jogo, a cada reunião, a cada actividade da secção que para problemas já basta os normais na vida de cada um.
    Espero e anseio que cada um de nós seja um foco de união e nunca um foco de problemas, evitar os problemas é o trilho certo, o caminho correcto para uma comunidade que de pretende feliz e saudável, onde todos são importantes e onde todos são iguais bastando para isso respeitar para ser respeitado.
    Abraço
    Zé Carlos

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  3. Como sempre disse estou aqui para preencher o espaço vazio, e fazer o que tem que ser feito na hora, somos todos precisos todos nunca são demais. Mas não quero estar presente em situações que derretam as nossa meninas. Porque ai terei de ter sempre uma palavra para incentivar e pedir para não desistir.
    Pensamos sempre que o nosso ponto de vista é sempre o correcto mas há sempre varias prespectivas sobre o mesmo objecto ou assunto.
    As arestas são para limar não são para cortar.
    Espero que os adultos sejam SINCEROS E LEAIS.

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